NOTÍCIAS
A força do jovem no campo
04/09/2008
A relação do jovem com o campo é um dos fatores fundamentais para a continuidade do agronegócio. As novas gerações são responsáveis por mudanças e a sucessão dos negócios. Não basta apenas repassar o trabalho para os filhos, mas ensinar os difíceis caminhos que deverão ser percorridos. As propriedades rurais, sejam elas grandes ou pequenas e até mesmo as cooperativas, serão administradas pelos seus sucessores. A inclusão começa a partir do momento em que o jovem toma decisões e participa do agronegócio. Muitos poderão se tornar grandes empresários rurais ou líderes cooperativistas, participando diretamente como conselheiros e futuramente, até mesmo, como presidentes. A Copercampos também se preocupa com a permanência do jovem na atividade agrícola. A participação acontece através de reuniões, treinamentos e acesso freqüente a informações do agronegócio. O Dia de Campo, realizado no Campo Demonstrativo, é outro meio de contato com as novidades e tecnologias. “Precisamos estimular o jovem para que se torne uma liderança e tenha visão de negócio. Ele precisa encontrar no cooperativismo e no campo a oportunidade de renda, trabalho e a perspectiva no futuro”, declara o Presidente em Exercício da Copercampos, Luiz Carlos Chiocca. A sucessão da propriedade agrícola é cada vez mais preocupante. Informações da Epagri confirmam que nos últimos 10 anos, 75 mil jovens deixaram o meio rural em Santa Catarina. Para a redução desse número, é necessária a participação mais efetiva do jovem na atividade. Ele precisa estar informado, atualizado e ter expectativa em obter resultados positivos. Para que isso se torne realidade nas propriedades, é importante lembrar do trabalho em equipe ou familiar. Esse fator é fundamental na sustentabilidade de um negócio. O produtor Rogério Coronetti (Campos Novos), 35 anos, que planta 34 hectares de milho, feijão e trigo, ressalta que gosta do que faz e pretende dar continuidade ao trabalho em família. “Faz dois anos que o meu pai faleceu, tivemos alguns problemas e precisamos reestruturar a atividade. Recebi um apoio muito grande da cooperativa e hoje estou muito satisfeito com os resultados”, declara. Casado e pai de dois filhos, deseja que a sucessão aconteça em família, continuando a vida no campo. “Todas as atividades têm os seus problemas; não podemos abandonar e desistir de enfrentar as dificuldades. Vejo no meu filho o futuro”, afirma. Outro associado que também faz parte da nova promessa de jovens, é o camponovense, Márcio Nohatto, 25 anos. Formado em Agronomia e ainda com pouca experiência, o jovem conta que acompanhava as lavouras mas que não trabalhava diretamente na atividade. A transição em família aconteceu devido ao afastamento do pai dos negócios. “É importante a renovação na agricultura, unindo a experiência de quem está no campo e as idéias e vontade dos que estão chegando”, declara. Nohatto, que planta cerca de 220 hectares, informa que administra toda a propriedade e toma algumas decisões juntamente com sua mãe. Na área de atuação da Copercampos também temos o jovem à frente dos negócios em Curitibanos. Popinhak, 23 anos, (foto acima) possui 650 hectares de terra com plantio de várias culturas. “Faz cinco anos que perdi o meu pai. Tive que enfrentar essa mudança repentina”, conta. Ele lembra que já participava dos trabalhos no campo. Cuidava de uma pequena área de soja e, aos poucos, foi percebendo a importância de participar dos negócios. “Às vezes quanto mais jovem melhor, temos facilidade de mudança. Somente participando vamos ter a noção da responsabilidade em manter o trabalho no agronegócio”, reitera. No cooperativismo Brahian destaca a Copercampos como peça fundamental no crescimento de Curitibanos e região. Em Campos Novos, Lucas de Almeida Chiocca, 28 anos, Engenheiro Agrônomo, reforça a idéia de que o jovem deve começar desde cedo a atuar no campo. O pai (Luis Carlos Chiocca), que atualmente é Presidente em Exercício da Copercampos, passou o comando das lavouras para o filho. “Desde 2003 estou à frente das atividades no campo, mas as decisões financeiras são realizadas junto com o meu pai. Plantamos cerca de 1800 hectares entre áreas próprias e arrendadas. A responsabilidade em gerir os negócios é muito grande”, conta. Lucas finaliza afirmando que acompanha diariamente o trabalho dos funcionários na lavoura. “Gosto de resolver os problemas e verificar de perto os detalhes”, conclui.